Defensores e Críticos

Há pelo menos 50 anos que o impacto da instrução mais ou menos guiada, gera discussão e a controvérsia (Ausubel; Mayer).

Os críticos da Aprendizagem pela Descoberta Guiada  advogam a ideia de que as pessoas aprendem melhor num ambiente não controlado ou minimamente guiado, geralmente definido como aquele em que os alunos devem descobrir ou construir informações essenciais para si, em vez de lhes serem dadas essas informações (Bruner; Papert).

Os defensores entendem que os alunos, em especial os mais novos e os alunos com dificuldades, devem ter orientação guiada e directa sobre os conceitos e procedimentos em estudo,  não devendo descobrir esses procedimentos por eles próprios (Mayer, 2004; Sweller, 2008).

Mayer (2004) ao fazer a revisão da literatura, abrangendo cinquenta anos de estudos efectuados, concluiu que há evidências experimentais suficientes em vários estudos, para termos dúvidas sobre os benefícios da aprendizagem pela descoberta, praticada sob o pretexto do construtivismo cognitivo ou social-construtivismo como um método preferencial de ensino. Foi, segundo o autor,  demonstrado que a descoberta guiada foi mais eficaz do que a descoberta pura para ajudar os alunos a aprender e a fazer transferência para outros contextos, dos conhecimentos adquiridos. Em geral, a visão construtivista da aprendizagem pode ser mais apoiada por métodos de ensino que envolvam a actividade cognitiva, em vez da actividade comportamental, ensino orientado em vez de pura descoberta, e foco curricular em vez de exploração não-estruturada. (Mayer, 2004- pp. 14-19)

No decorrer da instrução,  os educadores produzem materiais comportamentalmente activos e não cognitivamente activos.  Para Sweller (1988), o facto dos alunos estarem envolvidos numa actividade, não significa necessariamente que estejam a efectuar aprendizagens significativas. Mayer (2004) recomenda o uso da descoberta guiada, em que se articulam instruções directas e  trabalho prático (hands-on), em vez de descoberta pura. "De muitas maneiras, a descoberta guiada parece oferecer o melhor método para promover a aprendizagem construtivista”.

O maior desafio do ensino pela descoberta guiada, segundo Mayer, é saber  que tipo de orientação se deve  fornecer e saber como especificar o resultado desejado da aprendizagem. Nalguns casos, a instrução directa pode promover o processamento cognitivo necessário para a aprendizagem construtivista, mas noutros, é necessária a articulação entre  orientação e exploração. (Mayer 2004).

Referências Bibliográficas:

Mayer, R. E. (2004). Should There Be a Three-Strikes Rule Against Pure Discovery Learning? – The case for Guided Methods if Instruction, American Psychologist Association, Vol 59, nº1, pp-14-19 Consultado em Abril de 2011 disponível em http://projects.ict.usc.edu/itw/vtt/MayerThreeStrikesAP04.pdf

Sweller, J. (1988). "Cognitive load during problem solving: Effects on learning". Cognitive Science 12 (1): 257–285. doi:10.1016/0364-0213(88)90023-7. http://dcom.arch.gatech.edu/old/Coa6763/Readings/sweller-88a.pdf.

Sweller, J. (2003). Evolution of human cognitive architecture. In The Psychology of Learning and Motivation, Vol. 43, edited by B. Ross, pp. 215–266. San Diego, CA: Academic Press.

Sweller, J. (2008). "Human Cognitive Architecture". In J. M. Spector, M. D. Merrill, J. van Merrienboer & M. P. Driscoll (Eds.), Handbook of research on educational communications and technology (3rd ed.). New York: Routledge. Consultado em Maio de 2011. Disponível em www.csuchico.edu/~nschwartz/Sweller_2008.pdf